Me perguntaram hoje como eu estava me sentindo. Peguei meu livro da Rupi Kaur e fui para a varanda, ver o azul do céu, em uma tentativa forçada de parecer bem.
Mas não está.
Eu nunca me senti tão sozinha como agora, ou melhor, nos últimos dias. Fingindo bem, sinto que o tempo está se arrastando mais do que o normal. E não devia ser normal eu aguentar tudo isso sozinha.
Não consigo mais nomear o que me machuca. Não acho mais graça em velhas piadas. Tento ficar o mais perto de mim possível, me apoiar, embora saiba que não tenho sido uma boa companhia, ainda que seja para mim.
Nada me aquece. Nem o amor prometido, como uma xícara de café quente.
No fim das contas, era tudo uma grande ilusão.
Aryane Silva