Agora eu posso te escrever, independente da hora. A tua insônia abraça a minha e as duas tentam compartilhar memórias há muito esquecidas.
Agora eu posso respirar e entender que já deu, o tempo já passou, meus medos são outros, assim como as mágoas, já escassas.
Agora eu posso me perdoar. Acolher o meu jeito, meio torto e bagunçado, infantil e até hipócrita, mas intenso. Essa intensidade que poucos conhecem, que causa estranheza para alguns e arrependimento para outros.
Agora eu posso te perdoar. Olhar o teu profundo, abrir as gavetas, tirar as tralhas e abraçá-las,antes de me despedir daquela pessoa que conheci lá atrás, sabendo que você mudou e que a sua versão atual já ressignificou muita coisa.
Agora eu posso te conhecer de novo e reencontrar em você a minha parte desconhecida. Somos um punhado de estrelas que morrem todos os dias. E, ao renascer, nosso brilho será outro: bem mais maduro e sincero.
E se nada disso der certo, ou se não for necessariamente nessa ordem, eu posso simplesmente seguir. Ir em frente. Escolher um caminho que aceite a minha velocidade e me ofereça algum tipo de descanso.
Porque sempre há um caminho.
Sempre.
Aryane Silva
Adorei o texto! 🙂
Obrigada. 💜