Eu fui uma adolescente quieta. Não curtia boates, não gostava de beber, não chegava em casa depois das onze da noite. Minha diversão era ler bons livros. Não era popular, não tinha muitos amigos e os poucos amigos que tinha criticavam essa minha maneira tranquila de ser. Levantar a voz não era comigo. Desrespeitar regrasContinuar lendo “Sou dessas.”
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A dificil arte de ser eu.
Não é fácil sustentar um “eu” cheio de histórias para contar. Carregar um corpo que sofre mudanças com o tempo e uma mente que pensa demais. Mas é ao olhar no espelho que eu vejo o quanto caminhei até aqui e o formato dos passos sulcados na poeira da estrada. Olho para trás e tudoContinuar lendo “A dificil arte de ser eu.”
Nosso samba.
Eu não sou muito fã de gírias, clichês e expressões populares, mas hoje sem querer, abri uma exceção. E sorri ao cometer este grave delito semântico. Lembrei seu sorriso e minha boca sentiu o doce sabor de lembranças que você pintou com afinco. Não tinha como ser diferente, você deixa marcas por onde passa. AtéContinuar lendo “Nosso samba.”
Inspiração lacônica.
É no tamborilar distraído da caneta sobre o papel em branco que eu percebo a falta que você me faz. Você era uma inspiração acolhedora, criar você através de palavras redescobertas no rascunho livre era o que de melhor eu podia fazer. Eu não tenho muita aptidão para poesias, mas você sempre foi meu sonetoContinuar lendo “Inspiração lacônica.”
O mesmo céu.
Tenho a mania estúpida de falar coisas através de frases derramadas no papel. Um bilhetinho, um papel rabiscado com uma estrela e a sua inicial já vira pista. Eu não sei falar de amor, você sabe que sou péssima em declarações melosas. Sei falar da minha forma, sem rodeios. Não me obrigue a ser deContinuar lendo “O mesmo céu.”
Bagunça.
Eu queria ser uma pessoa organizada, daquelas que guardam tudo em caixinhas etiquetadas, por ordem de tamanho e cor. Dessas que tem as roupas passadinhas, as gavetas arrumadas e os livros enfileirados por ordem de título na estante. Sem nenhum sapato jogado pela sala, nenhum manuscrito em cima do sofá com a caneta perdida, semContinuar lendo “Bagunça.”
Que encha minha boca de amor.
O próximo que vier, tem de acender algo dentro de mim. Que ele me olhe nos olhos e eu me sinta desfalecer. Que ao marcar um encontro comigo, eu perca a fome e fique com as mãos trêmulas de expectativa! Ele deverá ser misterioso e vestido a caráter, para que eu possa desembrulha-lo com aContinuar lendo “Que encha minha boca de amor.”
Rotina.
Eu tenho dado gargalhada sozinha das coisas que você dizia. Vou almoçar nos mesmos lugares que íamos e sempre peço a bebida que você gostava. Faço um brinde a você, como a comida com pressa, largo os talheres e penso que você poderia estar ali. Mas nunca está. Entro na livraria e vejo a capaContinuar lendo “Rotina.”
Mudo.
Tá, vai… Eu não queria dedicar uma palavra sequer a você. Não queria gastar minhas horas de sono contadas, ocupar a capacidade do meu blog com você. Ocupar a minha mente com as lembranças que desaguam em você, mas não tem jeito. Acho que vai ser assim mesmo. E eu, como uma mulher de personalidadeContinuar lendo “Mudo.”
Faixa amarela.
É quase impossível andar de metrô e não ouvir a recomendação pelo alto-falante: “prezado cliente, por favor, não ultrapasse a faixa amarela”. Toda a vez que ouço isso penso na estupidez que é esta recomendação, pois acho que ninguém gostaria de cair nos trilhos e ser atropelado. Mas o aviso é necessário. Tem gente queContinuar lendo “Faixa amarela.”
Máscaras
Quando eu era criança tinha pavor de palhaços. Aquelas roupas estravagantes, cores berrantes e nariz vermelho me incomodavam muito. Não adiantava eles chegarem com toda a alegria para perto… eu corria para longe. Anos depois (nem tantos anos assim) passei a ter medo de “bate-bolas”. O carnaval infestava meu bairro daqueles seres pouco abençoados eContinuar lendo “Máscaras”
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